Pequenos, médios e grandes produtores, além de estudantes e
administradores de propriedades. Ao todo, mais de 350 inscrições. Esse
foi o saldo quantitativo do Seminário Viabilidade Econômica da Graviola,
realizado pela Ceplac em Gandu (BA), na última semana, em parceria com o
Comitê Gestor do Agronegócio de Gandu. Outra avaliação pode ser feita
quanto aos aspectos qualitativos do evento: “Para mim, foi muito
importante. Ouvi todas as palestras e saio daqui com mais ânimo para
produzir”. Quem diz isso é o produtor Edno Ferreira da Silva, que
cultiva a fruta em dois hectares, na região de Gandu.
Trata-se de
um cultivo que deu tão certo, em termos de produtividade, que a
orientação agora é pisar no freio, evitar plantar novas áreas, para
fugir de uma superprodução – e o consequente saturamento do mercado –
enquanto não são abertos novos mercados pelo país afora. “Esse é o meu
conselho e foi a proposta do seminário: técnicas para aumentar a
produtividade nas áreas plantadas, sem a necessidade de abrir novas
frentes. O momento é de cautela. Paradoxalmente, por ser um cultivo que
deu muito certo na região”, afirma o professor da Uesb e presidente da
Sociedade Brasileira de Fruticultura, Abel Rebouças São José, um dos
palestrantes.
O sucesso do evento e, mais ainda, o sucesso do
cultivo, são reflexos de uma receita simples: união de esforços, de
todos os atores, em prol de um objetivo. “A região do Baixo Sul hoje é
invejada na Bahia, porque está dando exemplo de como o homem do campo
pode viver com dignidade de sua atividade. E isso a partir da
agricultura familiar, dos pequenos agricultores, que somam mais de 90%
dos produtores do Baixo Sul. Isso se deve a essa união, que é exemplo
para todo o estado”, afirma o diretor do Centro de Extensão de Caplac,
Sérgio Murilo.
Esse cuidado advém de uma constatação básica: por
ser altamente perecível, a massa de graviola deve ser armazenada em
câmaras frigoríficas quando não há mercado imediato. “Trabalho para um
grande produtor, que tem estrutura de armazenagem, mas a grande maioria
não possui câmaras frigoríficas. Paralelamente, através da internet,
buscamos novos mercados, mas de forma amadora. Esse seminário nos alerta
para essa necessidade de profissionalização”, afirma Gilberg Santos,
ele próprio um produtor, com oito hectares de graviola. “Vi o patrão
fazendo, copiei e hoje tenho minha produção”, orgulha-se.
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